Algumas considerações sobre a transferência mitocondrial: um novo problema para a bioética?

Autores

  • Iñigo De Miguel Beriain Universidad de Deusto
  • Elena Atienza Macías Universidad de Deusto
  • Emilio José Armaza Armaza Universidad de Deusto

Resumo

Em fevereiro de 2015 o Reino Unido deu o primeiro passo para a aprovação da transferência mitocondrial como técnica terapêutica. Teoricamente, graças a isso será possível a muitas mulheres engendrar descendência livre de patologias associadas a defeitos mitocondriais. No entanto, esta prática enfrenta severas dúvidas a partir de um ponto de vista ético. Entre as objeções destacam: sua estreita vinculação com a clonagem humana; a alteração dos genes da linha germinal; a modificação da identidade do ser humano ao qual dará lugar; a destruição de embriões humanos que envolve, ou o elevado risco que encerra para a saúde do ser humano resultante. Neste texto se analisa a solvência de todas estas objeções de forma crítica, ressaltando as fortalezas de algumas delas. Em particular, se advoga por uma restrição cuidadosa do uso desta técnica, que se promova o emprego de alternativas mais respeitosas com a saúde do futuro ser humano.

Palavras-chave:

substituição mitocondrial, clonagem, diagnóstico genético pré-implantacional, terapias gênicas